Aline Feitosa

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29.5.12

BONGAR grava DVD com festa de terreiro

Prezados jornalistas,


Neste sábado (02.06), no Nascedouro de Peixinhos, o grupo Bongar realiza um projeto há muito tempo esperado: grava o primeiro DVD
Para vocês, que acompanham a história desses jovens músicos, criados sob a cultura da RESISTÊNCIA no quilombo urbano da Xambá (comunidade do Portão do Gelo, Olinda), reconhecem o quanto é significativo este momento.
O Bongar, que completa 11 anos de criação no dia 11 de agosto de 2012, é a prova de que a CULTURA POPULAR pode ter uma trajetória consistente, por meio de projetos bem elaborados e por sua música tradicional, peculiar e naturalmente renovada.

No cenário da música independente de Pernambuco, não hesito em afirmar que o grupo Bongar é um dos mais bem sucedidos, com dois CDS gravados, turnês anuais pelo Brasil e diversas apresentações na Europa.
Para o DVD, os "meninos da Xambá" trazem como diretor musical o grande parceiro BENJAMIM TAUBKIN, respeitado no mercado da música contemporânea mundial, e que se rendeu há cinco anos à forte sonoridade dos tambores do Bongar.

O evento, GRATUITO, será uma grande FESTA DE TERREIRO, iniciada pontualmente às 16h com apresentações do maracatu Porto Rico e do afoxé Alafin Oyó

Às 18h começa o show do Bongar, com participações de Taubkin e outros músicos como Juliano Holanda (Orquestra Contemporânea de Olinda), Adiel Luna (Coco Camará) e Zé de Teté. Também estarão no palco mulheres, homens e crianças da Xambá, nas músicas Bate a saudade e Ogun.

Ao público, o recado é usar roupas coloridas, alegres. Às mulheres, saias rodadas! No mais, muita disposição para dançar o COCO, reproduzindo no Nascedouro de Peixinhos a tradicional festa de 29 de junho, que ocorre anualmente, há mais de 40 anos, no terreiro da Xambá.

O DVD tem direção de ANDREA FERRAZ e produção do Ateliê - Produtora Audiovisual. O incentivo é do Funcultura.

ESTAREMOS À DISPOSIÇÃO CASO HAJA INTERESSE DE COBERTURA DO EVENTO. O FOTÓGRAFO (BETO FIGUEIROA) ESTARÁ POR LÁ. PODEREMOS ENVIAR AS FOTOS (EXCLUSIVAS) DE ACORDO COM A DEMANDA.

EM ANEXO, SEGUEM FOTOS DE DIVULGAÇÃO. CRÉDITO: BETO FIGUEIROA.


28.5.12

MIMO expande programação e chega a Ouro Preto (MG)

Com espaço cativo no calendário cultural de Pernambuco, a MIMO chega à sua 9ª edição/ 2012 com uma grande novidade: ganha programação estendida, com 11 dias consecutivos, incluindo no circuito a cidade patrimônio de Ouro Preto (MG). A 1ª edição mineira ocorre de 30 de outubro a 02 de setembro. No dia seguinte, 03, a MIMO continua a maratona musical em Olinda, Recife e João Pessoa, até 09 de setembro.  

A etapa Ouro Preto da MIMO já inicia sua trajetória bem sucedida, apresentada pelo Programa Natura Musical, um dos mais importantes do país, selecionada por meio do Edital Minas da empresa. Em Pernambuco, a mostra é patrocinada pelo BNDES, Governo de Pernambuco, Chesf e Prefeituras de Olinda e Recife.
“A expansão da MIMO para Minas Gerais é um processo natural de amadurecimento. Ouro Preto, assim como Olinda, Recife e João Pessoa, são cidades com ricos patrimônios nacionais, ambientes perfeitos para um festival onde o conceito está em promover um diálogo entre o erudito, o instrumental e o popular”, diz Lu Araújo, idealizadora e diretora artística da mostra, que para a MIMO Ouro Preto tem como parceiro o produtor Kuru Lima, da Cria!Cultura.

Segundo Lu Araújo, o fato da MIMO Ouro Preto ocorrer antes da edição olindense é apenas por questões de agenda. “Havia outros eventos na cidade após a segunda semana de setembro e ficaria difícil realizar a MIMO ainda em 2012. Olinda sempre será a cidade mãe do festival. As programações terão atrações em comum e também artistas especialmente selecionados para cada cidade. Pernambuco tem um público exigente e responsável pelo nível da qualidade musical da mostra. A nossa idéia, inclusive, é ocupar outras igrejas de Olinda, que nunca participaram da MIMO, já que este ano a cidade comemora 30 anos de reconhecimento como bem histórico e cultural da humanidade, pela Unesco”, completa Lu.

No ano passado, a MIMO recebeu uma média de 120 mil pessoas. Para a edição mineira, a expectativa é impactar cerca de 60 mil espectadores. Karen Cavalcanti, gerente de Marketing Institucional da Natura, destaca que a integração da música como patrimônio histórico dá ainda mais força ao projeto. “À exemplo do que já acontece em Olinda, Recife e João Pessoa, a edição de Ouro Preto promoverá o diálogo da música com o patrimônio histórico. Será uma grande celebração da música à céu aberto.”

:: Trajetória - Nascida em 2004, em Olinda, a MIMO oferece ao público de cidades patrimônios, gratuitamente, concertos aclamados, aproveitando como cenário o interior de seculares igrejas, museus e espaços públicos ao ar livre. O projeto inclui ainda uma Mostra de Cinema com temática musical.
Além de uma programação focada na música, a MIMO também investe desde a sua primeira edição na educação musical, através da Etapa Educativa. Durante os dias em que o festival se instala na cidade, estudantes e profissionais de música têm a oportunidade de interagir com grandes nomes da música brasileira e internacional, por meio de master classes e workshops.  

MIMO em números (desde 2004):

- 400 mil expectadores
- 157 concertos realizados
- 70 filmes exibidos
- 2.300 músicos participantes
- 15 mil alunos beneficiados na Etapa Educativa
- Ocupação de 100% dos hotéis e pousadas de Olinda
- R$ 6 milhões de movimentação na Economia de Olinda *
- Geração de 1.200 empregos diretos e indiretos a cada ano

*Fonte: Secretaria de Turismo de Olinda

Fotos da MIMO em alta resolução no www.flickr.com/photos/mimofestival

27.4.12

PROJETO EXIBE PRODUÇÃO DE VÍDEOS DE JOVENS DA COMUNIDADE DOS BULTRINS


Na próxima sexta-feira (04.05), às 19h, a comunidade dos Bultrins, na periferia do Sítio Histórico de Olinda, se verá em um telão armado na Praça Nossa Senhora do Monte. É a culminância do projeto Meu bairro filmo eu, desenvolvido pelo Atelier Multicultural desde novembro de 2011. Cem cadeiras serão disponibilizadas no local para que, confortavelmente, a população possa apreciar seu próprio cotidiano, histórias e personagens. O projeto tem incentivo do Funcultura e Sesc-PE.
As filmagens e edição foram feitas por jovens da própria comunidade, que realizaram um mapeamento sociocultural no bairro (total de 24 horas) e receberam formação em vídeo (total de 40 horas), ministrada por Felipe Calheiros, na área de câmera, e por Willamy Tenório na área de edição. Foram registrados vários momentos que marcam a identidade do bairro, desde músicos da comunidade, saídas de troças carnavalescas, costumes religiosos, as atividades de uma cooperativa popular e visitas junto a jovens guias turísticos da Associação de Condutores Nativos de Olinda, além da produção de várias vinhetas humorísticas com o "Urso do Teu Vizinho".

O projeto permitiu aos jovens um intercâmbio com outros atores sociais do bairro, contribuindo à coesão social da comunidade e à valorização da sua identidade cultural. "A gente descobriu riquezas nos Bultrins que eu naõ sabia que existia, mesmo morando aqui desde que nasci. Nunca tinha ido na Igreja do Monte, por exemplo. Agora, o meu objetivo é multiplicar para outros jovens como eu tudo o que aprendi", diz o estudante Lucas Vieira, 16 anos. "Para mim, o Meu bairro filmo eu contribuiu para minha autoestima e de minha comunidade e ta,bém me capacitou numa área que eu já atuava profissionalmente", completa Bruno Oliveira, 22, que já atua no mercado como auxiliar de câmera.

Recife-Dakar estreia no Curta às Seis

No próximo dia 02 (quarta-feira), com sessões às 18h e 19h, será lançado o documentário DAKAR-RECIFE, do pernambucano Nilton Pereira. A exibição ocorre dentro da programação do projeto Curta às Seis, no Espaço Cultural Santander, no Bairro do Recife. Até o final maio, todas as quartas (Dias 2, 9, 16, 23 e 30), o filme será exibido gratuitamente. Segue abaixo sinopse. 
Para mais informações ou entrevista, segue o telefone do diretor Nilton Pereira: 81.9679.2003.

Veja programação completa de MAIO do projeto Curtas às Seis no http://www.curtaasseis.blogspot.com/, sempre às segundas, quartas e sextas-feiras com seis filmes gratuitos.
O Centro Cultural Santander fica à Av. Rio Branco, 23, Bairro do Recife. fone: 81-3224-1110


18.4.12

Desacato à cidadã

Era sábado à noite em Arcoverde. Eu, que havia ido ao Sertão de PE para trabalhar na produção da orquestra Original Olinda Style, estava muito a fim de assistir aos shows de Tibério Azul e Lirinha, que tocavam antes da gente. Com meu vestido preto de bolinhas brancas, toda arrumadinha e com minha mochila de trabalho, fui para o meio do público sozinha para ver e ouvir Tibério. Não bebia, não fumava, apenas contemplava.

Ainda na primeira música fui abordada por quatro policiais. “Posso ver sua bolsa?”, perguntou a PM mulher. Eu, prontamente, disse: claro. Abri e ela apontou a lanterna para dentro. “E essa bolsinha verde aí? Abre ela”. Abri.

Parênteses: minha bolsinha verde tem de tudo: durex, clips, grampeador, bandaid, batom, dorflex, omeprazol, bloquinhos, caneta etc... Um misturado de muitas coisas que podem ser úteis.
Para minha surpresa, a PM Roberta ataca: “Vamos para a viatura que preciso analisar essa sua bolsa melhor.”
Como assim, ir para a viatura? Prontamente mostrei minha credencial, me identifiquei como produtora, disse que estava trabalhando no evento. Convidei os policiais para irem no backstage comigo, afinal não havia motivo algum para eu ser encaminhada à viatura. Eu era suspeita de quê? Estava fazendo o quê de errado?

Despreparados e sem o mínimo de bom senso, os policiais disseram: “a senhora vai para viatura sim. Ao contrário, estará cometendo um desacato à autoridade ”. Não acreditava no que estava acontecendo. Bati o pé e disse em alto e bom tom NÃO VOU! Foi o suficiente para dois dos policiais me pegarem pelos braços com força.

Estava sozinha neste momento. Entrei em pânico. Afinal, o histórico da polícia brasileira não nos inspira confiança. Resisti sim. Não por desacato. Mas por medo. Estiquei o pescoço a procura de alguém conhecido. Achei. E, de repente, estava o rebu formado. Os policiais à minha volta. Amigos tentando entender o que estava acontecendo. E eu, coagida e sem escolha. Antes de decidir me encaminhar à viatura, sacodi os braços, revoltada e esbravejei: LARGUEM O MEU BRAÇO! VOU NA FRENTE E VOCÊS ME ACOMPANHAM ATRÁS. Passei no meio de pelo menos mil pessoas como uma criminosa, seguida por policiais atentos à minha possível fuga (assim pensavam eles...)
O que veio depois, não vale a pena contar aqui. Fui “solta” após ser enquadrada por desacato e  usuária (1 baseado) . Voltei ao trabalho.

Este texto, que fique bem claro, não é para afirmar o meu posicionamento em relação à luta social em favor da descriminalização da maconha (esta é uma outra parte – e que não me diminui profissionalmente, principalmente no meio em que trabalho).
É para mostrar a minha indignação com o despreparo da polícia militar brasileira. Fui vítima de violência institucional. No momento da abordagem não oferecia nenhum risco à sociedade. E, por que eu teria que ir à viatura? O que despertou a suspeita sobre mim? Por que fui segurada pelos braços? Quem desfaz o constrangimento social que passei?  E quanto aos boatos que surgiram diante da minha instantânea e rápida detenção?

Quando voltei ao backstage para trabalhar, percebi que a polícia havia colocado em risco a minha moral pessoal e profissional. Ouvi coisas absurdas: “Aline bateu nos policiais; Aline portava 50 gramas de maconha; Aline desacatou a autoridade...” NADA DISSO É VERDADE.

A verdade é que esbarrei, por acaso, na truculência policial de nosso país. E hoje, como cidadã questiono: onde está sendo aplicado o investimento de treinamento da polícia? Pago meus impostos para ter uma polícia que me proteja, e não que me agrida, coaja, intimide e me humilhe.

O primeiro passo de auto-proteção acaba de ser feito com esta publicação: joguei um anti-vírus no vírus do boato. Segundo passo: farei a denúncia contra a polícia militar de Arcoverde no Mistério Público. Sei que não é muito, mas é o pouco que me cabe.



20.2.12

Reflexões sobre os palcos do Carnaval e o poder público

Estou no pé da ladeira. Subo sem ardor nas canelas, sem sentir o desgasto, porque da forma que vou só o folião do carnaval de Olinda entende: levada ao som da Orquestra, no corpo a corpo, na emoção do povo. Trabalhar com música tem sido assim: uma ladeira maior que a da Misericórdia, mais íngreme que a da Sé, e que ao chegar ao topo encontro vento no rosto e um estado de espírito contente. 
A parte mais difícil da subida, portanto, são os pedregulhos que rolam abaixo e quase te acertam. A gente dribla com ginga e elegância, sem deixar se abalar. Mas sempre pensando e questionando que esses obstáculos não precisariam existir. Que a vida na música bem que poderia ser mais fácil e melhor entendida, respeitada e observada como um dos maiores bens da humanidade.


Vamos a estes pedregulhos que rolam e tentam acertar a nossa íngreme caminhada durante o Carnaval (e em outras épocas do ano também, geralmente quando se trata de eventos produzidos pelo poder público):


- O pior deles: ser contratado para um show e chegar num palco sem a menor condição de trabalho. Por fim, voltar pra casa sem tocar e deixar o povo lá embaixo sem informação, sem música boa. Sim, todo músico e produtor quer mostrar com qualidade o trabalho que constrói no dia a dia. Porque um show não se faz em um dia.  Porque é muito triste ver o dinheiro público ser usado sem compromisso. 


- Ser agredida verbalmente e puxada pelo braço pela produção de Lulu Santos, que atropela quem estiver no caminho e não sabe pisar em terra alheia. Se acham superiores não sei por quê. Isso não faz parte do meu mundo. E não deveria fazer parte de nenhum mundo; Morgado... Sou da turma do abraço, da gentileza, do sorriso, tudo aliado em muito bom tom com o profissionalismo. Mas, pensando bem, tem gente ruim e estressada por louvor em tudo que é canto, né? Não os quero perto de mim...


- A falta de compromisso dos contratantes de carnaval o os artistas é infinita. Realmente é preciso tirar o chapéu para a estrutura oferecida pela Prefeitura do Recife nos palcos descentralizados. E, o Marco Zero é de fato um luxo para qualquer artista e produtor: compromisso, pontualidade, equipe técnica de primeira linha, diretores de palco e backstage super profissionais. Aí a gente chega lá em cima e mostra o trabalho com dignidade. Mas aí, no dia seguinte segue para tocar em Jaboatão dos Guararapes e, por falta de equipamentos no palco,... precisa cancelar o show. Do luxo ao lixo. Precisa mesmo isso acontecer com tanto dinheiro rolando nas entranhas da política?


- Quem tem mais pedregulhos para quebrar, que deixe aqui, porque sozinho não se constrói túneis, não se sobre ladeira, não se faz música...
Bom Carnaval a todos!